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Quanto mais fast-food em uma região, maior é o número de infartos

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Não é que, só de passar em frente a um restaurante fast-food, você já faz mal à própria saúde, como brincam algumas pessoas. Mas uma pesquisa da Universidade de Newcastle, na Austrália, indicou que viver rodeado desses estabelecimentos de fato pode ser uma tentação muito grande — com repercussões dramáticas para o coração.

Essa conclusão veio após a análise dos registros de 3 070 pessoas que sofreram um infarto e foram atendidas pelos hospitais de uma região do estado de Nova Gales do Sul, também na Austrália. Todos os atendimentos aconteceram entre 1996 e 2013.

Os prontuários avaliados incluíam uma espécie de CEP dos pacientes. Isso permitia saber em que bairro cada um vivia e, a partir daí, cruzar tal informação com a quantidade de lanchonetes fast-food da mesma área.

Além disso, os pesquisadores ajustaram outros fatores de risco, como idade, obesidade, colesterol, pressão alta, tabagismo e diabetes. O cuidado serve para que esses pontos não acabem influenciando no resultado final do estudo.

A investigação revelou que, para cada restaurante do tipo em uma determinada região, quatro ataques cardíacos adicionais por 100 mil habitantes aconteciam por ano. Tarunpreet Saluja, aluno da Universidade de Newcastle que liderou o trabalho, destacou que os achados foram consistentes tanto em regiões urbanas quanto rurais.

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“A pesquisa ressalta a importância do ambiente alimentar para a saúde”, afirmou Saluja, em comunicado à imprensa. “A onipresença do fast-food é um ponto a se considerar para o desenvolvimento das cidades”, advertiu. Realmente, fica mais complicado resistir a certas refeições quando elas são propagandeadas em quase toda esquina.

Segundo a versão australiana da revista Business Chief, em 2017 existiam 4 641 franquias das dez principais redes de fast-food na Austrália. No Brasil, os números são ainda maiores: em 2015, tínhamos mais de 5 mil no país inteiro, de acordo com levantamento da empresa Geofusion.

Saluja acredita que seu estudo acende um alerta para a promoção da saúde pública. Apesar de a decisão de comer fast-food ser individual, a exposição a esses restaurantes poderia ser alvo dos governantes e legisladores.

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